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PROJETO “INDÍGENA”.

Objetivos propostos para alunos da 1ª fase do 1º ao 5º Ano.

*Conhecer e refletir sobre a história dos índios;
* Conhecer, analisar e debater os hábitos e costumes indígenas;
* Conhecer, analisar e debater a influência indígena em nossa vida;
* Aprender a respeitar os índios com a finalidade de construir a cidadania numa sociedade pluriétnica e pluricultural;
*A partir do tema gerador desenvolver atividades nas diferentes Áreas de Estudo.
* Explorar, pela imaginação, situações místicas da cultura indígena, vivenciando-as.
*Analisar os rituais e os mitos como um processo de potencialização dos indivíduos (alunos).
* Conhecer e Valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais.

PLANEJAMENTO:

Propostas de Atividades que trabalharão os temas transversais: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural Cidadania, Corpo, espaço, tempo, movimento, drama

Sensibilização:

- Propor aos alunos que pesquisem e levem para sala de aula recortes de fotos de pessoas que possam parecer descendentes indígenas. Com todas as fotos em mãos, o professor em círculo analisará juntamente com os alunos cada foto. Procurando incentivar para que todos dêem sua opinião. Em um segundo momento listar em um cartaz os conhecimentos que os alunos já tem sobre o assunto ( Conhecimentos Prévios ).
- Provocar os alunos a se expressarem, fazer indagações e ir registrando em um cartaz. Logo em seguida, em um outro cartaz, listar as dúvidas provisórias dos alunos, ou seja, perguntar o que desejam saber sobre o tema e ainda não sabem, novamente provocar os alunos a fim de lançarem suas dúvidas.
Por último, propor que os alunos ilustrem os cartazes com fotos e desenhos.

ATIVIDADES:
• CONVERSAR SOBRE A HISTÓRIA DOS ÍNDIOS, SEUS USOS E CONTUMES;
• MOSTRAR VÍDEOS RELACIONADO AO TEMA;
• MÚSICA:
Indiozinhos
1,2,3 indiozinhos
4,5,6 indiozinhos
7,8,9 indiozinhos
10 um pequeno bote

Iam navegando pelo rio abaixo
Quando o jacaré se aproximou
E o pequeno bote dos indiozinhos
Quase vazio virou.

Contar a história A sopa dos dez indiozinhos, através dos fantoches e convidando os alunos a colocar os legumes e verduras na panela (chamar um por vez).
Materiais: os fantoches dos dez indiozinhos, uma panela, uma colher de pau, fichinhas dos legumes e verduras e uma canequinha para representar a água.
• Atividade 3: Construção de um cartaz ilustrando a música “os indiozinhos”.
Materiais: folhas com os desenhos dos 10 indiozinhos, um jacaré, e o barco fazer com folhas de revistas ou papelão, muc.
Fazer um desenho de um lago no cartaz e pedir aos alunos para colorir e após colar os indiozinhos no barco e o jacaré próximo a ele. Após fixar na porta da sala e apos cantar a música OAS INDIOZINHOS

• Texto para auxiliar.
Medicina

Nas tribos indígenas, a medicina é geralmente assunto dos feiticeiros, ou pajés. Os índios acreditam que as doenças são causadas por feitiços ou por espíritos maus.
Cada grupo tem sua própria medicina, onde plantas, sementes e flores são usadas no doente em meio a rituais místicos.
Os xamãs, por exemplo, formam uma categoria especial de pajés que pode entrar em êxtase. Nesse estado, a alma se afastaria do corpo e percorreria lugares distantes.
Os não-índios estão percebendo que muitas das plantas usadas pelos xamãs (um tipo especial de pajé que pode entrar em êxtase) são boas para curar certas doenças. Laboratórios nacionais e estrangeiros estão agora pesquisando e usando essas plantas para fazer remédios.
• Instrumentos musicais
Os instrumentos musicais mais comuns são o chocalho (ou maracá), a flauta, o reco-reco (feito com casca de tartaruga), as trombetas de cuia e os bastões de ritmo.
Vejam outros:
Maracá - usado para acompanhar o canto. Para fazer o instrumento, os índios pegam uma cabaça e colocam dentro dela pequenas pedras e sementes. Depois, fecham o buraco, colocam no chocalho um cabo de madeira e o enfeitam com penas.
Pau-de-chuva - instrumento de percussão, feito com um longo canudo de madeira onde se colocam várias sementes. Quando o índio mexe o instrumento, o canudo faz um som que é exatamente igual ao das chuvas das florestas da Amazônia - daí o nome "pau de chuva".
• Cestaria

A cestaria é o conjunto de objetos feitos quando se trançam fibras vegetais. Com as fibras, os índios produzem cestos para transportar coisas e armazená-las, além de trançar pulseiras, cintos, colares, fazer armadilhas de pesca e muito mais.
Cada povo indígena tem um tipo de cestaria; e cada cesto tem um formato diverso, de acordo com sua função. Por exemplo, os cestos para transportar cargas têm uma alça para pendurar na testa, base retangular e borda redonda.
Algumas tribos acreditam que fazer cestos é tarefa dos homens - mas que são as mulheres que devem usá-los! Esse é o caso dos Wayana e Apalaí, que vivem no Pará. Em outras sociedades, homens e mulheres trabalham fazendo os cestos. É o caso dos Guarani, que vivem em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro.
As fibras usadas na cestaria indígena também variam: usa-se a taquara, o arbusto "arumã" e a folha de palmeira, entre outros.
• Armas
O arco e flecha é usado para a caça, para a pesca e para a guerra, mas há outras armas, como o tacape, a borduna (tipo de cacete) e o chuço, que é uma haste de madeira longa com uma agulha de osso na ponta.
Algumas tribos também usam a zarabatana, uma arma perigosa, para caçar. É feita com um longo canudo oco de madeira, pelo qual são lançadas, com um forte sopro, pequenas setas envenenadas!
• Cêramica
Os índios brasileiros fazem peças de cerâmica para usar como enfeites, panelas, vasos para pegar água, cachimbos etc.. Para fazer as peças, a mulher índia usa a argila e um "tempero" (areia, conchas ou cascas de árvore trituradas), para tornar a argila melhor de ser trabalhada. Depois, a índia faz com a massa vários rolinhos, espécies de minhocas compridas, que ela coloca uns em cima dos outros, em círculo, formando o vaso. Com instrumentos variados, a índia alisam a superfície do vaso, unindo os rolinhos.
Cada tribo tem uma maneira de dar acabamento às peças: umas as pintam, outras dão polimento - e assim por diante. O tratamento varia de acordo com a utilidade do objeto; e os desenhos que decoram as peças também variam de tribo para tribo.
Depois de pronto, o vaso pode ser queimado ao ar livre (fica com uma cor alaranjada) ou em fornos de barro, fechados (nesse caso, a peça fica negra ou acinzentada).
Quem faz os vasos são, em geral, as mulheres. Mas, ao contrário do que se pensa, nem todas as tribos indígenas produzem cerâmica. E outras, que normalmente, produziam objetos de argila, pararam de fazê-lo depois de ter contato com os não-índios!
Entre os índios que se destacam na cerâmica estão os Marubo, Tukano e Baniwa, do Amazonas; os Kadiwéu, do Mato Grosso do Sul; os Waurá, do Mato Grosso; os Karajá, de Tocantins; e os Wai-Wai, do Pará, Roraima e Amapá.
• Influências
O modo de viver dos índios influenciou muito os hábitos e o dia-a-dia de todos os brasileiros. Veja alguns exemplos:
Descansar ou dormir em redes ou esteiras;
Tomar banho todos os dias (esse era um hábito que os portugueses não tinham!);
Comer farinha de mandioca, angu de farinha com pimenta, mingau de milho, batata doce, aipim, milho cozido e, ainda, a tapioca, um alimento comum em todo o Nordeste brasileiro;
Usar chás feitos de plantas especiais, colhidas no mato, para tratar doenças;
Ficar de cócoras.
Várias palavras que usamos normalmente vêm de línguas indígenas, como jacaré, caju, mandioca, tatu e arapuca. Além disso, muitas lendas do folclore brasileiro vêm dos índios, como a do curupira, da caipora e do boto.
• Brincadeira e crianças.
Através de brincadeiras, as crianças indígenas aprendem várias coisas: caçar, pescar, plantar, fazer panelas de barro, trançar cestos e outras coisas mais. As crianças sempre acompanham seus pais nessas tarefas. Nas aldeias, as crianças brincam com os seus animais de estimação: cachorro, arara, macaco, coati e papagaio. Muita farra nos banhos de rio e nas corridas pela mata. Aprendem muito com as histórias contadas pelos índios mais velhos sobre animais e plantas, origem do mundo, além da própria história do seu povo e de seus costumes.
• Atividade 1: mostrar um vídeo sobre os índios e seus costumes.
exemplos: poderá pesquisar no you tub.

• Atividade 2: distribuir aos alunos folhas com o desenho dos dez indiozinhos e o jacaré.
Pintar os dez indiozinhos;
Colorir uma folha de oficio na cor azul representando um lago;
Recortar em folha de revista o formato de um barco e colar na folha colorida em azul;
Colar os indiozinhos no barco e o jacaré perto dele;
Cantar a música “os indiozinhos”;

• Atividade 3: confeccionar um mural para por os trabalhos dos alunos e expor na parede da escola.
• conversa informal sobre o dia Nacional do Livro Infantil e explicação do livrinho que será confeccionado pelos alunos sobre os índios.

• Atividade 4: início da confecção dos livrinhos.
Mostrar o livrinho para os alunos e contar a historinha mostrando as figuras e questionando-os.
• Após terminar as atividades dos livrinhos, em círculo pedir que os alunos contem a historinha, analisando as figuras.
• Atividade 5: Pescaria do índio.
Materiais: vários peixinhos de papel duro e com um furinho, palitos de churrasquinho, uma caixa de papelão, areia, um cabo de vassoura com um arame na ponta.
Fixar em cada peixinho um palito de churrasquinho e colocá-los na caixa com areia. Cada aluno terá que pescar um peixe (com o cabo de vassoura).
• Atividade 6: O cacique mandou.
Material: um cocar.
Em círculo e um aluno no centro usando um cocar, representando um cacique, terá que ordenar algo para o restante da turma fazer, por exemplo: “cacique quer que índios pulem com um pé só. Após ele escolherá outro para ser o cacique e passará o cocar. Assim sucessivamente.

• Atividade 7: confecções de colares de índio.
Material: macarrão canudo, tinta têmpera, muc.
1. Primeiro momento:
Dividir a turma em três grupos, o vermelho, verde, amarelo.
Cada grupo receberá uma quantidade de macarrão e uma tonalidade de cor, onde eles terão que pintar os macarrões.
Expor os macarrões ao sol para secá-los.
2. Segundo momento:
Misturar todos os macarrões pintados.
Sentados em círculo, cada aluno receberá um cordão e fará o seu colar usando os macarrões colorido.
• Atividade 8: pintar o cocar.
Materiais: folhas com o desenho de um cocar, giz de cera, muc.
Os alunos terão que enfeitar seu cocar.
• Atividade 9: Hora do conto - contar a lenda da mandioca, mostrando as imagens, e questionando os alunos. Após pedir que os alunos contem a lenda.
• Atividade 10 culminância do projeto: fazer a pintura facial nos alunos, de índio, e colocar os acessórios, cocar e colares.

Propostas de Atividades de Integração das Áreas de Estudo:
GEOGRAFIA:

- Localizar em Mapa ou Globo Terrestre pontos do território nacional onde ainda vivem tribos indígenas;
- Comparar o modo de vida dos índios de outras regiões com o modo de vida dos índios que ainda habitam a floresta amazônica

HISTÓRIA:
- Reconhecer os modos de vida dos índios, sua cultura, sua alimentação, formas de trabalho e sobrevivência;- Refletir e opinar sobre o papel do índio na formação da nação brasileira

LÍNGUA PORTUGUESA:

- Levantar o vocabulário usado pelos indígenas e descobrir seus significados;
- Produzir, utilizando diferentes formas de expressão, textos individuais e coletivos sobre os debates e as reflexões do assunto;
- Orientar os alunos para elaborarem pequenos textos sobre cada descoberta realizada;
- Ler histórias originalmente indígenas ou que tratem do indígena e seus valores;
- Organizar um dicionário ilustrado com as palavras indígenas.

ARTES:

- Observar manifestações de arte da cestaria, da cerâmica, da plumaria e de outros objetos de cerdas vegetais e cordas, realizados pelos índios de hoje e de antigamente;
- Observar ilustrações de artistas do tempo do Brasil – Colônia que retrataram o indígena e suas manifestações culturais;
- Vivenciar através de músicas sobre o tema um pouco da cultura indígena – cantando e dramatizando;
- Vivenciar através de atividades artísticas manuais e plásticas um pouco da cultura indígena, criando objetos e instrumentos musicais.

Formulação de Problemas:

- Questionar em classe:
- Ainda existe preconceito com os índios?
- O que as crianças sabem, pensam e acham sobre isso?
- O que podem e o querem fazer para ajudar a mudar o quadro dos preconceitos e discriminação?
- A culinária indígena é usada na cozinha brasileira? Como?
- Ainda são encontrados locais de agrupamentos e reservas indígenas?
- Quais são essas tribos? Como vivem? Como se mantêm? Quais os seus atuais costumes?
- Quais são as palavras e costumes de origem indígena?
- Há influência dos índios na Língua Brasileira?
- Há influência dos índios no artesanato?
- Há influência dos índios na medicina caseira? E nos adornos pessoais?

Oficina de artesanato
A proposta aqui sugerida não é de apenas fantasiar as crianças de índio mas sim de realizar uma atividade criadora a qual torna o indivíduo mais sensível em relação ao seu ambiente e as necessidades dos outros.
Através da arte, o indivíduo exprime seus sentimentos, emoções, pensamentos, e criatividade.
A oficina de artesanato incentiva os alunos a aprender a confeccionar objetos que serão aproveitados para divulgação da cultura indígena, são peças originais que retratam a identidade de uma nação e por isso, impregnadas de valor cultural.
Todos podem participar! Para os alunos maiores sugerimos formar grupos e propor um trabalho de pesquisa, um levantamento histórico sobre o artesanato produzido pelas diversas etnias. Eles serão capazes de conhecer e saber identificar o artesanato de nações diversas.
Crianças de todas as faixas etárias poderão conhecer os materiais utilizados para fazer o artesanato de cerâmica, adornos com sementes, penas, cestaria, pinturas com tintas naturais extraídas da natureza (terra, pedras e plantas).
A idéia é produzir peças artesanais e, em seguida expor. Pode-se, ainda, apresentar as peças de adornos em danças e encenações sobre o tema indígena.
Assim os alunos serão capazes de:

• Valorizar as diferenças culturais do grupo;
• Valorizar sua produção artística;
• Respeitar o ponto de vista do amigo, defendendo também o próprio.
• Valorizar o artesanato como forma de expressão cultural de um povo.

Materiais Necessários:
• Massa de modelar nas cores marrom, verde, vermelho e bege;
• Argila;
• Barbante;
• Penas;
• Tinta guache e tinta glíter branca;
• Cartolina;
• Cola;
• Palito de churrasco;
• Tesoura;
• Outros materiais disponíveis na escola, de acordo com as pesquisas realizadas e a criatividade do grupo.
O que pode ser confeccionado?
• cocar
• colar
• adornos para penas e braços
• chocalhos
• pratos e potes variados
• penas e enfeites no palito de churrasco

Os alunos serão motivados a pesquisar, compreender, interpretar a origem do artesanato de diversos povos e reproduzir peças com motivos indígenas.
PLANEJAMENTO PARA ALUNOS DO 5º ANO.
DESENVOLVIMENTO:
• Ler a lenda "Como a noite apareceu".
• Proponha aos alunos que se espalhem pelo espaço respirando intensamente (respiração cachorrinho), depois devem respirar tranqüila e profundamente. Oriente para que soltem o corpo, com movimentos circulares, a partir dos pés, até envolver o corpo todo.
• Soltando o corpo no espaço, de olhos fechados, devem procurar fazer gestos que signifiquem afastamento, desapego, desintegração. Em seguida, gestos de descarregar, de expelir (com sons de relâmpagos, trovões), de despencar (num rio). É o caos. À medida que vão caindo, devem fazer gestos de aproximação, de integração e de harmonização com a natureza. É o Cosmos.
• Proponha que procurem entrar em contato com os outros seres, integrando os movimentos, e juntando-se em "tribos”.
• Cada "tribo" deve criar, num desenho coletivo, o mito de origem de sua "tribo", sua organização cósmica, seu tótem.
• Pode-se criar, também, uma dança ritual, ligada ao mito, acompanhada ou não de sons orais e instrumentos não-convencionais.
• Com sua dança ritual, uma tribo desafia outra. Esta responde também com sua dança ritual.
• Apresentar mitos de cada tribo e/ ou dramatização.
• Avaliar.
PONTOS DE OBSERVAÇÃO:
• Ver texto sugerido no final da atividade.
• Pode-se utilizar qualquer outro mito de origem indígena.
• O professor pode sugerir que o grupo trabalhe sons de desintegração e/ ou sons harmônicos.
• Observa-se que após o caos busca-se a integração.
Como a Noite Apareceu
(Lenda pertencente à série "Lendas Tupis", publicada em O Selvagem, Nacional, Coleção Brasiliana)
No princípio não havia noite – dia, somente havia em todo tempo. A noite estava adormecida no fundo das águas. Não havia animais; todas as coisas falavam.
A filha da Cobra-Grande – contam – casara-se com um moço.
Esse moço tinha três fâmulos fiéis. Um dia, ele chamou os três fâmulos e disse-lhes. – Ide passear, porque minha mulher não quer dormir comigo.
Os fâmulos foram-se, e então ele chamou sua mulher para dormir com ele. A filha da Cobra-Grande respondeu-lhe:
– Ainda não é noite.
O moço disse-lhe:
– Não há noite; somente há dia.
A moça falou:
– Meu pai tem noite. Se queres dormir comigo, mande buscá-la, pelo grande rio.
O moço chamou os três fâmulos; a moça mandou-os à casa de seu pai, para trazerem um caroço de tucumã.
Os fâmulos foram, chegaram, à casa da Cobra-Grande. Esta lhes entregou um caraça de tucumã muito bem fechado e disse-lhes:
– Aqui está; levai-o. Eia! Não o abrais, senão todas as coisas se perderão.
Os fâmulos foram-se, estavam ouvindo barulho dentro do coco de tucumão, assim ten, ten, ten...xi... Era o barulho dos grilos e dos sapinhos que cantam de noite
Quando já estavam longe, um dos fâmulos disse a seus companheiros.
– Vamos ver que barulho será este?
O piloto disse:
– Não; do contrário nos perderemos. Vamos embora, eia, remai!
Eles foram-se e continuaram a ouvir aquele barulho dentro do coco de tucumã, e não sabiam que barulho era.
Quando já estavam muito longe, aluntaram-se no meio da canoa, acenderam fogo, derreteram o breu que fechava o coco e abriram-no. De repente tudo escureceu
O piloto então disse:
– Nós estamos perdidos; e a moça, em sua casa, lá sabe que nós abrimos o coco de tucumã!
Eles seguiram viagem.
A moça, em sua casa, disse então a seu mando: – Eles soltaram a noite; vamos esperar a manhã.
Então todas a s coisas estavam espalhadas pelo bosque se transformaram em animais e pássaros.
As coisas que estavam espalhadas pelo rio se transformaram em patos e em peixes.
Do paneiro gerou-se a onça; o pescador e sua canoa se transformaram em pato; de sua cabeça nasceram a cabeça e o bico do pato; da canoa, o corpo do pato; do remo, as pernas do pato
A filha da Cobra-Grande, quando viu a estrela d'alva, disse a seu marido: – A madrugada vem rompendo. ou dividir o dia da noite.
Então ela enrolou um fio, e disse-lhe:
– Tu serás cujubin. Assim ela fez o cujubin; pintou a cabeça do cujubin de branco, com tabatinga; pintou-lhe as pernas de vermelho com urucu e, então, disse-lhe.
– Cantarás para todo sempre quando a manhã vier raiando.
Ela enrolou o fio, sacudiu cinza em riba dele, e disse:
– Tu serás inhambu, para cantar nos diversos tempos da noite e de madrugada.
De então para cá todos os pássaros cantaram em seus tempos, e de madrugada, para alegrar o princípio do dia.
Quando os três famosos chegaram, o moço disse-lhes:
– Não fostes fiéis – abristes o caroço de tucumã, soltastes a noite e todas as coisas se perderam, e vós também, que vos metamorfoseastes em macacos, andareis para todo sempre pelos galhos dos paus.
(A boca preta e risca amarelo que eles têm no braço – dizem – que são ainda o sinal do breu que fechava o caraça de tucumã e que ocorreu sobre eles quando o derreteram )
Os alunos serão motivados a pesquisar, compreender, interpretar a origem do artesanato de diversos povos e reproduzir peças com motivos indígenas.